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Nascida em São Paulo, em 20 de janeiro de 1931, cursou Direito, Filosofia e Dramaturgia. Escreveu e produziu trabalhos para teatro e televisão, entre os quais Vila Sésamo, Malu Mulher e Joana. Publicou livros de poesia, prosa, teatro e ensaios. Foi professora da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e da Escola de Arte Dramática (EAD) da Universidade de São Paulo, além de ministrar cursos de dramaturgia no Brasil e no exterior. Desde 1988 faz parte do corpo docente da Escuela Internacional de Cine y Television de San Antonio de los Baños, em Cuba. Coordenou e participou da Anthologie de la poésie brésilienne, publicada em Paris, em 1998, e que reuniu quatro séculos de literatura brasileira. No mesmo ano, integrou o júri do Prêmio "Casa de las Américas", em Cuba. Vive em São Paulo e às vezes em Atibaia.

Renata Pallottini



Renata Pallottini é dramaturga, ensaísta e tradutora. Escritora que, apesar de mais dedicada à poesia, tem intensa atividade em dramaturgia e tradução, tendo obras encenadas por criadores assíduos da cena nacional, tais como Silnei Siqueira, Ademar Guerra, José Rubens Siqueira, Márcia Abujamra e Gabriel Villela.
Após fazer o Curso de Filosofia Pura na Pontifícia Universidade Católica (PUC) entre 1949 e 1951, e formar-se na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), em 1953, segue para a França, iniciando estudos de teatro nos cursos livres da Sorbonne Nouvelle, em Paris, em 1959. De volta ao Brasil, entra para a Escola de Arte Dramática (EAD), cursando dramaturgia e crítica de 1961 e 1962.
Já em 1960, A Lâmpada, texto de sua autoria, é encenado em Campinas, São Paulo, com direção de Theresa Aguiar. No ano seguinte, adapta Sarapalha, de Guimarães Rosa, para direção de Alberto D'Aversa. Dirige seu próprio texto, O Exercício da Justiça, para a EAD, em 1962. Dois anos depois, Nu Para Vinícius, escrito em parceria com Lauro César Muniz, é levado para o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), após uma temporada interrompida de Vereda da Salvação, de Jorge Andrade, com direção de Antunes Filho, cujo malogro leva a companhia a uma crise financeira. "O espetáculo se compõe de um drama, um balé e uma comédia, versando sobre um mesmo tema, fornecido por uma crônica de Helena Silveira: as vicissitudes de um rapaz do interior à busca de modelo para a Vênus de Milo que deseja esculpir".1
Em 1965, é a vez de O Crime da Cabra, sua estréia no teatro profissional, com direção de Carlos Murtinho, numa produção da Companhia Nydia Licia, já arrematando os Prêmios Molière e Governador do Estado de melhor texto.
Pedro Pedreiro, texto de Renata, com música de Chico Buarque e direção de Silnei Siqueira é o primeiro espetáculo da EAD a excursionar ao exterior, participando do Festival de Teatro Universitário de Manizales, na Colômbia, juntamente com o espetáculo Rato no Muro, de Hilda Hilst (1930 - 2004), dirigido por Theresa Aguiar, em 1967. No ano seguinte, escreve O Escorpião de Numância, baseado no Cerco de Numância, de Cervantes, espetáculo dirigido por José Rubens Siqueira, com Cláudio Corrêa e Castro no papel principal, ganhando o Prêmio Anchieta da Comissão Estadual de Teatro (CET), de melhor texto teatral. No mesmo ano, traduz Hair, de James Rado e Gerome Ragni, que ganha prestigiada encenação de Ademar Guerra, e atribui-lhe o Prêmio de Melhor Tradução da União Cultural Brasil-Estados Unidos. Em 1969, parte para outra adaptação, João Guimarães: Veredas, uma edição de trechos das obras Sagarana, Corpo de Baile e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, outra parceria com a diretora Theresa Aguiar.
A História do Juiz, escrita em 1957, ganha montagem em 1971, nas mãos de Eloy Araújo, que dirigirá a montagem também no Rio de Janeiro, em 1974, e outra, no ano seguinte, em São Paulo. Traduz Godspell, de John Mitchell Tebelak para um espetáculo de Altair Lima, levando mais um Prêmio da União Cultural Brasil-Estados Unidos de melhor tradução, em 1973. Um ano depois é a vez de Lulu, de Frank Wedekind, numa nova direção de Ademar Guerra, em que leva o Prêmio Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) de melhor tradução.
De sua autoria, Fausto Fuser dirige Serenata Cantada aos Companheiros, em 1976. Dois anos depois, traduz A Vida é Sonho, de Calderón de La Barca, para um espetáculo de Celso Nunes, tradução que é utilizada na montagem de 1991 de Gabriel Villela.
Em 1980, assina mais uma tradução, Divinas Palavras, de Ramón del Valle-Inclán, numa direção de Iacov Hillel, para a EAD/ECA/USP.
Renata Pallottini doutora-se pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP, em 1982.
Em Curitiba, o encenador Ademar Guerra realiza uma montagem de seu texto Colônia Cecília, em 1984. Dois anos depois roteiriza e traduz textos de Federico Gárcia Lorca, intitulando a obra de Caminho que Fazem o Darro e o Genil Até o Mar, novamente com direção de Theresa Aguiar.
O País do Sol sobe a cena no Projeto 3a Idade da USP, com direção de José Eduardo Vendramini, numa produção da EAD/ECA/Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo - FFLCH/USP, em 1995. Em 2001, traduz e adapta Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino, para direção de Marcia Abujamra. E, em 2002, Zé Carlos de Andrade dirige, para a Faculdade Paulista de Artes, Enquanto Se Vai Morrer, peça sobre a sua experiência na Faculdade de Direito, focalizando os problemas da pena de morte e da tortura, escrita em 1972 e censurada no ano seguinte.
Há uma série de colaborações suas em outros espetáculos, em que figuram textos seus em conjunto com outros autores, como: Os Sete Pecados Capitais - Luxúria, Gula, Preguiça, Inveja, Ira, Soberba, Avareza, de autoria de Eudinyr Fraga, Moysés Baunstein, Myrian de San Juan, Lúcia Godoy, Aroldo Macedo e Renata Pallottini, todos autores formados no curso de dramaturgia da EAD, 1969; Bocas da Cidade, cinco peças de um ato, com autoria de Nery Gomide, Tito de Alencastro, Jorge Miguel Marinho, Mah Luly e Renata Pallottini, 1980, entre outras.
Apesar de intensa atividade no teatro, na TV, como professora e em atividades administrativas ou políticas, é na poesia que Renata Pallottini encontra seu chão mais rico e fecundo. Todas as outras formas em que se tem debruçado levam a marca inconfundível do poético, o que a caracteriza e diferencia como criadora.